28.8.12

Pode jogar.

Eu olhei na minha volta e percebi quantas vezes quis me encontrar, me forcei a me encontrar e me perdia cada vez mais, queria ter tanta certeza que me enchia cada vez mais de duvidas. Bem, acho que é sua vez de jogar, o meu jogo, acaba aqui, vencendo ou perdendo - por que não se sabe que lado foi esse - eu deixo você jogar agora. Vou deixar meu silencio gritar até que te ensurdeça, e deixo que todo esse teu vazio preencha esse enorme espaço que aqui tem, nada mais importa. No fim das contas, todas as nossas certezas não passam de um querer de auto-afirmação contínua, nós somos medo, nós somos dúvidas, nós somos vontade escondida em covardia.

3.11.10

A soma, do inicio ao fim.

As gotas brincavam de cair por noite a fora enquanto as luzes se apagavam e deixavam que os olhares iluminassem os assuntos que percorriam entre os altos sons da noite quente que fazia ali. Falatório, copo quebrando no chão, risos e choro, mas a noite era dela porque ela decidiu que seria assim. Os olhos castanhos encontraram os negros, grandes e luminosos olhares que por um segundo se perdeu, e noutro foi encontrado. Incrível como as mãos falam mais que a boca e os dedos saboreiam melhor que a língua. Inquieto, o toque percorria entre goles e mordiscadas. Inquietos os pés dançavam ali embaixo da mesa bagunçada de vontade e molhada de timidez mútua. Mais algumas palavras trocadas, mais uns sorrisos sem graça, até que os sorrisos se aproximassem. Confissões, verdades e mentiras, agradáveis, e dali, pro pra sempre particular. E é verdade, e é mentira, e é vontade mas eu juro que é verdade. – Horas depois - E aqui depois da janela resolveu fazer frio lá fora e esquentar daqui pra dentro. Beijo com lábios besuntados de paixão dizendo sem usar palavras o quanto eu amo, amo você, amo nós dois juntos, mas não sei explicar, nem o mais romântico desse mundo saberia explicar, nem o mais quente letrista dessas musicas que nos fazem sentido saberia recitar o que é nós dois, o nós dois, só nós sentimos. Te fito com meus olhos negros e você me acolhe com os teus castanhos, posso sentir você, além do corpo, posso sentir você. Deixo que você empurre minha vaidade pro lado e com a outra mão embarace meus fios dentro dos teus dedos. Posso abraçar teu corpo com o meu. Ela pode te amar pro resto da vida enrolada nesses lençóis nesse curto espaço pra ocuparmos com nossos corpos.

21.7.10

In the house of lies

Eu discuto com os meus pensamentos e rasgo as esperanças da minha cabeça. Não tem problema, todo mundo diz. Vai com calma, todo mundo fica falando, mas existe uma coisa chamada medo e onde tem meu amor o medo vai estar na sombra, é, eu sei que isso é errado mas eu nunca disse ser certa, sem problemas. Sem problemas, todo mundo vem falar, sem problemas porque não é com você! Ai eu tomo mais um café, parto pra taça de vinho e fico perambulando pela casa sem rumo e sem sentido. É paixão, tem gente que não conhece, fico pensando, como pode ter gente que não conhece? É estranho, você sofre sem saber o porque muito bem, mas é divertido chorar sem saber o motivo. Gosto daqueles primeiros beijos que arrebentam a boca de tanta vontade, gosto daqueles abraços que arranham as costas de tanta verdade, eu gosto do gosto de quando é de verdade. Gosto de me fazer de forte e estar morrendo de medo por dentro. Medo, medo maior é achar que é ilusão, medo maior é achar que algo vai acontecer. Quando você passa por muitas coisas você morre de medo. O passado ficou lá, todo mundo diz, mas quando você sofre a primeira vez não quer sofrer nunca mais. Eu sei que amo, eu sei que sinto, quando eu beijo é com vontade, quando eu abraço é com verdade, e eu arrebento o coração de quem eu quiser. Sou mulher demais, sou sentimento em alma, quando eu amar eu falo, e se eu falar é porque meu coração foi quem disse, e se ele disse é sincero. Enquanto eu viver eu vou me apaixonar. E meu coração esses dias me disse, daqui pra frente você vai se apaixonar pelo mesmo homem todos os dias, e eu sei que é verdade. E aí deu medo, porque quando ele fala, é sempre verdade. Estarei pronta, estarei com medo, estarei vivendo.

16.7.10

Usher - Hey Daddy ♪

Passei o dia inteiro meio aérea, com frio, com frio interno, com medo de errar, com medo de já ter errado. Pensei tanto em tantas coisas e não consegui a chegar em nenhum lugar, ia na janela toda hora olhar pro sereno aparecendo pelos postes, olhando pros carros que ali passavam, pro carro cheio de latinhas presas de um casamento recém acontecido, tanto tempo que não via isso, romantismo ainda existe, veja só! Com medo de perder, assisti a videos, tomei café, e fingi que não tava acontecendo nada, em alguns momentos buscava saída em musicas mais agitadas pra ver se melhorava, mas... Nada. Senti sua falta só. E quis entender o que havia acontecido.

8.7.10

Amedrontando destemidos

Eu a observava como de costume de todas as vezes que nos prepáravamos pra sair, sempre detalhista se olhava no espelho tantas vezes. Aquilo me deixava sempre tão irritado! - Você tá perfeita Sofia - E ela sorria com os labios lambuzados de brilho. Mas naquela noite, ela estava diferente, sempre fomos muito amigos e costumávamos sair juntos, ela com os casos dela eu com os meus e ficávamos bem assim. Confesso que a cada idiota que a fazia sofrer eu ficava com raiva, porque sabia do valor daquela mulher linda e no fundo, sentia ciumes, ciumes contido. Shhh. Fica quieto cara! Eu pensava comigo. - Eii moço mais chato do mundo, estou pronta! To bonita? - Ela tava usando um sapato alto, desses brilhosos de cor de cereja, calça jeans e uma blusinha preta, decotada, com os ombros nus, me perdi. Com cara de idiota fiquei olhando cada detalhezinho dela com vontade de beijar as curvas dela com a minha mão. - O rapá! Tá feia a roupa? Fala logo pra dar tempo de trocar... - Sorri calado e me senti perdido, minha melhor amiga, meu maior desejo. No carro ela falava animada, sorria a cada segundo, e eu olhando pro decote, pra boca, cheirando aquele perfume entorpecente. - Amor, tá me ouvindo? Tá nem prestando atenção né... - Claro, to sim, amor. Que raiva quando ela me chamava de amor. Eu estava apaixonado por ela não sabia a quanto tempo e ainda não havia percebido. Fiz questão de passar em frente dos piores lugares pra tentar ficar sozinho com ela enquanto ela reclamava que a noite estava passando e ela ainda não tinha bebido o whisky dela, achava sexy o jeito que ela bebia whisky, toda classuda. Até que resolvemos parar num barzinho perto da praia pra não passar a noite em branco. Onde ela passava ela causava assunto, as mulheres de cara torta, os homens se torcendo, e ela tinha uma beleza tão espontanea, vezes era sexy com inocencia. A cada gole no whisky que ela dava eu virava um copo inteiro me perdendo e prendendo de vontade. - Você tá mais bonito hoje. - Fiz silencio, e respirei fundo. Já devia ser umas quatro e meia da manhã, muito whisky pra enrolar ainda mais a minha cabeça e ela me pede pra dar uma volta na orla, pelo amor de Deus Sofia, não complica. A noite era quente, foi um dia desses de dezembro, ela deitou na areia e olhando pra estrelas sorriu e me disse - Não preciso de namorado, não preciso de nada e nem ninguém tendo você do meu lado! - Aham, tá bom. Ficava com raiva de mim me sentindo incompetente de não conseguir dizer aquela mulher o quanto eu a desejava, mais uns 20 minutos ali conversando e fomos pra casa. Acordei com sensação de vazio. Não tive coragem. Mulheres... Vezes nos deixam com medo...

[Continua...]

7.7.10

Preciso dizer...

Era três e meia da manhã mais ou menos, devia ser três e trinta e quatro mais ou menos, eu abri a cortina da janela e olhei pro sereno caindo em cima dos carros, olhei pro telefone mais uma vez esperançosa. - É, acho que hoje ele não liga mais. - Tremi de frio e senti um arrepio leve, meu olhar foi longe indo embora junto com meus pensamentos - Onde está você agora...? - Deitei na cama com a janela aberta deixando a luz da rua iluminar meu quarto e brigando com a minha cabeça pra parar de pensar nele. Daí lembrei dos sorrisos, das coisas, aquelas coisas que a gente inventa e fica guardado pra gente lembrar depois que se despede. Já era quatro horas da manhã e eu me revirando pela cama, ninguem em casa. Preciso fazer alguma coisa. Preciso te ver, preciso te ter. Então eu levantei, num leve desespero e saí madrugada a fora pela avenida suburbana discando o numero dele com o celular escorregando na mão de suor frio de nervosismo. Chamou, chamou, chamou de novo e ninguem me atendeu. - Onde é que você tá? - Se estiver dormindo acorda porque eu preciso te falar uma coisa. Quase não faz frio no Rio, mas quando faz parece que sentimos dez vezes mais, pela falta de costume talvez, eu dentro da van, pela rua sem rumo, com o coração de mão dada com a cabeça, com uma direção: Só preciso te dizer uma coisa. Muito frio, nervoso, vontade, e por um minuto me deu vontade de chorar, a garganta trancou, e os olhos transbordaram, não sabia direito o motivo, talvez angustia, mas eu estava lá, com medo. Me senti mais uma vez como se tivesse 13 anos, aquela coisa, primeira paixão, você sente coisas estranhas que não sabe explicar direito. E quando eu tinha 13 anos eu perguntei pra uma amiga minha o que era estar apaixonada, ela respondeu: - Sofia, quando você vai dormir e a ultima coisa que você pensa é na pessoa, você dorme e sonha com ela, e quando você acorda, a primeira pessoa que você pensa é ele. - Me senti perdida, e me perguntei: - E quando você não consegue dormir pensando na pessoa? - De frente pra casa dele, chamei baixinho seu nome, com cara amassada de sono ele abriu a porta e abriu um sorriso, o sorriso, aquele sorriso: - Você é maluca garota! - Só precisava dizer uma coisa... Não consigo mais esconder, que eu gosto de você, de verdade. - Aliviada. Feliz. Atormentada. Fui pra casa pensando... Talvez eu tenha enlouquecido.

28.5.10

Pretin

Ele dizia: - Eu to te querendo
Ela dizia: - Eu já to descendo
Ele dizia: - Então vem correndo
Ela dizia: - É isso memo

Me levou pra passear
E depois fez com esse amor crescesse tanto em mim
Me levou pra um lugar que depois que esse amor começa jamais terá um fim...
Dominou meu coração de uma forma tão sútil
E o meu pretinho querendo meu xamego
Já não tinha porque se esconder assim...

4.9.09

Aprendi a viver com você

Adoro o ar falso com que diz que gosta de mim, e mesmo depois de tanto tempo diz me amar, eu sei que é mentira, mas você mente tanto, mente pra si mesmo que eu consigo acreditar. E me olhou bem forte, e me abraçou bem forte e me fez amar bem forte de novo. Eu quero a sorte do seu sorriso, eu quero a sorte do seu olhar tranquilo. Da sua voz doce que enrola com tua voracidade por todo meu eu. E você conquista, e machuca. E vai embora. Mas volta, e sorri e vai embora. Pra ela, pra mim, pra outra ela, tanto faz, você sempre vai, mas volta. E eu te disse meu bem... Que não tinha como eu não me apaixonar por você e pela sua alma. Pela sua doçura e pelo seu desprezo. Mas você foi embora...

Enquanto você dirige eu te olho, e te beijo vendo a cidade se apagar, a cidade a nos olhar, o véu da noite a iluminar, e não importa porque quando somos nós dois, somos dois e nada faz diferença. E quando você se despede eu sinto seu cheiro, e sinto seu beijo colado em mim que não quer sair, e sinto saudades, mas você vai embora...

Você me disse: Sofia é você, e eu faria qualquer coisa, te abraçaria pra sempre sem precisar se preocupar em mais nada. Sendo você meu ar, quando calor seu mar, quando fome seu jantar. Se você quiser, eu deixo até me escravizar. Minha branquinha... Do olhar que me machuca e me violenta o juízo. -- Mas tanto faz ou fez, se você sabe conquistar, você diz o que quero ouvir, faz eu gostar, faz eu amar, me beijou e me teve, e foi embora.

Até que eu me acostumei com suas indas e vindas e entendi que você era assim mesmo, que nunca haveria cigana forte, mulher da sua vida que viesse a te segurar. E continuei te amando, e brinquei com você, e te fiz sofrer. E gostei. Vinguei por elas as tuas lágrimas que nunca quiseram descer. E te beijei com veneno entre as linguas e amor no coração. Com maldade na mente e na alma paixão. E eu finjo que não te vejo, você finge que não me vê, mas adora expressar alegria quando sabe que me preocupo com você. E eu te beijei, e eu menti, e eu fui embora, só pra fazer você gostar... Só pra fazer você amar. Pra depois te deixar.

28.7.09

Meu pecado - Parte 1.

Você o enxerga por todo um tempo como alguém normal, sente atração, admiração, mas se limita a somente até a vontade. Não entendo porque, mas o destino nos aproximou, de forma inesperada, estranha, nos aproximou. Naquela noite, recebi um sorriso bonito, porém diferente de todos que havia recebido vindo dos lábios dele até então. Conversamos por toda noite, reparava em todos os detalhes dele, jeans escuro, polo preta, tenis impecável e um sorriso que me violentava os olhos, uma boca que me chamava pra mais perto. Mãos delicadas, masculinas e ágeis, e eu as imaginava contornando minha cintura por todo instante. Até que no meio de uma entusiasmada conversa, ele me interrompeu, pois meu cabelo pra trás, e falou quase sem voz.

- Nossa, como você é bonita, te respeito muito, mas você está linda demais...

Sem jeito, envergonhada, abaixei a cabeça e sorri. Sentindo um imenso frio na barriga, um medo instintivo, levantei o rosto e agradeci com sorriso, e retribui elogios, não por simples educação, mas por total reciprocidade. Fomos interrompidos algumas vezes por amigos que passavam ali, até que num instante resolvemos comprar algo pra beber.

- Uísque pra mim... Um pouco de energético acompanhando.
- Você não parece ter a idade que tem...
- Por ter bom gosto?
- Pela autoridade e imponencia.
- E você não parece ter a idade que tem...
- Por estar tão impressionado com você?
- Por não entender meus olhos.

Largou a bebida na mesa e me puxou pra perto dele, me beijou com os olhos antes de qualquer coisa e me abraçou com a vontade, me beijou tão forte que arrebentava minha boca de tesão, deslisava o rosto pelo meu, e me levantava de tanto querer. Longe dos olhares dos curiosos, estávamos, nem percebi. Ele me levou sem me puxar, me levou com ele com o despertar de vontades. Me puxou pelo jeans, me levantando contra a parede, que vontade de você... Ele sabia exatamente e inexplicávelmente tudo sobre mim pela forma qual me tocava e me beijava. Nos despedimos, sem precisar trocar telefone ou qualquer tipo de comunicação, sabíamos que iriamos nos ver de novo, e nos encontrar, dependendo da nossa sintonia, até mesmo pelo cheiro.

23.7.09

Covarde

Sentindo uma enorme falta daqueles olhos me olhando de forma única, virei mais uma das muitas doses de uísque daquela noite e me perdi nas luzes daquele lugar. Sujo, com pessoas sujas e que nem nunca saberiam se dali eu saísse e fosse morta, acho que ninguém sabia que estava ali de verdade. O garçom veio até mim mais uma vez e perguntou qual era a comemoração pra tantas doses. - E te interessa? E pra que quer saber? E você se importa? - Pensei comigo, mas apenas acenei com a cabeça como quem diz "foda-se o motivo". Isso afastou-o de imediato, apenas trouxe mais uma das que pedi e foi atender um idiota meio gordo e velho com uma loira rosada, que parecia ter saído de uma caixa de plástico, tendo no minimo metade da idade dele. Paguei a conta com uns vinte e poucos reais que tinha amassado no bolso de trás do jeans e fui procurar ele, foda-se, ele não podia me deixar esperando daquele jeito. Tentei ligar antes, mas o celular dele estava desligado - Pra que você tem essa merda se nunca tá ligado? - Sabia onde poderia encontrar ele, sabia que poderia estar com o novo amor dele, bonito, novinho, cheiroso, sem arranhões. Mas fui, sem medo de ser parada por policiais por dirigir com muitas doses de uísque na cabeça, sem medo de atropelar, bater, que seja, fui. Mal consegui estacionar o carro que diga-se de passagem nem meu era, e fui até ele, estava com alguns amigos, os de sempre, e com algumas mulheres na mesa, ele sozinho, mas acelerou meu coração ver aquelas vadiazinhas sem expressão perto dele.

- Angelo, eu quero falar com você.
- O que você tá fazendo aqui?
- Não importa, eu quero falar com você.

Todas as vadiazinhas e os amigos me olhando sem entender nada daquilo que estava acontecendo ali, até porque, educação passou longe de mim, nem oi, nem boa noite, nem nada, eu só queria dizer que o amava.

- Eu vim aqui, pra dizer que você é um filho da puta, que me deixou esperando de novo. - Essa é minha forma de dizer pra ele que o amava.
- Não te prometi nada...

E me destrocei em pedaços, e meu coração parecia que queria pular, ali, direto pra mão dele. Uma lágrima caiu, descontroladamente, manchando todo o meu rosto, e dizendo pra ele voltar pra mim.

- Esse não é o momento Sofia, muita coisa aconteceu e se voltarmos não vai ser a mesma coisa.
- Covarde. Não existe mais Sofia sozinha depois que existiu nós dois, porque não aceita isso?
- Você tá bêbada.
- Foda-se.
- Olha, eu vou te levar pra casa e...
- É agora ou não vai dar mais Angelo! Entende isso...
- Eu sinto muito...

Covarde, depois de tantas vezes dizendo que me amava estava abandonando o proprio sentimento por medo de errar. Fui embora sem olhar pra trás, chorei de todas as formas que pude, de gritar, de trancar os dentes, de me machucar. De doer. De doer fisicamente. Eu precisava dele, mas ele não precisava mais de mim...