7.7.10

Preciso dizer...

Era três e meia da manhã mais ou menos, devia ser três e trinta e quatro mais ou menos, eu abri a cortina da janela e olhei pro sereno caindo em cima dos carros, olhei pro telefone mais uma vez esperançosa. - É, acho que hoje ele não liga mais. - Tremi de frio e senti um arrepio leve, meu olhar foi longe indo embora junto com meus pensamentos - Onde está você agora...? - Deitei na cama com a janela aberta deixando a luz da rua iluminar meu quarto e brigando com a minha cabeça pra parar de pensar nele. Daí lembrei dos sorrisos, das coisas, aquelas coisas que a gente inventa e fica guardado pra gente lembrar depois que se despede. Já era quatro horas da manhã e eu me revirando pela cama, ninguem em casa. Preciso fazer alguma coisa. Preciso te ver, preciso te ter. Então eu levantei, num leve desespero e saí madrugada a fora pela avenida suburbana discando o numero dele com o celular escorregando na mão de suor frio de nervosismo. Chamou, chamou, chamou de novo e ninguem me atendeu. - Onde é que você tá? - Se estiver dormindo acorda porque eu preciso te falar uma coisa. Quase não faz frio no Rio, mas quando faz parece que sentimos dez vezes mais, pela falta de costume talvez, eu dentro da van, pela rua sem rumo, com o coração de mão dada com a cabeça, com uma direção: Só preciso te dizer uma coisa. Muito frio, nervoso, vontade, e por um minuto me deu vontade de chorar, a garganta trancou, e os olhos transbordaram, não sabia direito o motivo, talvez angustia, mas eu estava lá, com medo. Me senti mais uma vez como se tivesse 13 anos, aquela coisa, primeira paixão, você sente coisas estranhas que não sabe explicar direito. E quando eu tinha 13 anos eu perguntei pra uma amiga minha o que era estar apaixonada, ela respondeu: - Sofia, quando você vai dormir e a ultima coisa que você pensa é na pessoa, você dorme e sonha com ela, e quando você acorda, a primeira pessoa que você pensa é ele. - Me senti perdida, e me perguntei: - E quando você não consegue dormir pensando na pessoa? - De frente pra casa dele, chamei baixinho seu nome, com cara amassada de sono ele abriu a porta e abriu um sorriso, o sorriso, aquele sorriso: - Você é maluca garota! - Só precisava dizer uma coisa... Não consigo mais esconder, que eu gosto de você, de verdade. - Aliviada. Feliz. Atormentada. Fui pra casa pensando... Talvez eu tenha enlouquecido.

3 comentários:

womanlife disse...

Eu devia ter feito isso ... quem sabe tivesse dado certo...rs te amo ♥

Mandy Outeiro disse...

enlouquecer de amor é bom...fazer loucuras boas...as q vc se arrependeria se nao tivesse feito. Corajosa e determinada foi Sofia...volta pra casa menos angustiada, com um sorriso dele gravado na memória, e a certeza d q fez o certo. qm nunca enlouqueceu de amor é louco. Bjus.

Lucille disse...

Sofia certamente dormiu feliz. Minha heróina moderna.